quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Oração de Natal


Que neste Natal,
eu possa lembrar dos que vivem em guerra,
e fazer por eles uma prece de paz.

Que eu possa lembrar dos que odeiam,
e fazer por eles uma prece de amor.

Que eu possa perdoar a todos que me magoaram,
e fazer por eles uma prece de perdão.

Que eu lembre dos desesperados,
e faça por eles uma prece de esperança.

Que eu esqueça as tristezas do ano que termina,
e faça uma prece de alegria.

Que eu possa acreditar que o mundo ainda pode ser melhor,
e faça por ele uma prece de fé.

Obrigada Senhor
Por ter alimento,
quando tantos passam o ano com fome.

Por ter saúde,
quando tantos sofrem neste momento.

Por ter um lar,
quando tantos dormem nas ruas.

Por ser feliz,
quando tantos choram na solidão.

Por ter amor,
quantos tantos vivem no ódio.

Pela minha paz,
quando tantos vivem o horror da guerra.


Desconheço a autoria

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Quem nunca pecou

Ensinamentos de Jesus.
1 Mas Jesus foi para o Monte das Oliveiras.

2 Pela manhã cedo voltou ao templo, e todo o povo vinha ter com ele; e Jesus, sentando-se os ensinava.

3 Então os escribas e fariseus trouxeram-lhe uma mulher apanhada em adultério; e pondo-a no meio,

4 disseram-lhe: Mestre, esta mulher foi apanhada em flagrante adultério.

5 Ora, Moisés nos ordena na lei que as tais sejam apedrejadas. Tu, pois, que dizes?

6 Isto diziam eles, tentando-o, para terem de que o acusar. Jesus, porém, inclinando-se, começou a escrever no chão com o dedo.

7 Mas, como insistissem em perguntar-lhe, ergueu-se e disse-lhes: Aquele dentre vós que está sem pecado seja o primeiro que lhe atire uma pedra.

8 E, tornando a inclinar-se, escrevia na terra.

9 Quando ouviram isto foram saindo um a um, a começar pelos mais velhos, até os últimos; ficou só Jesus, e a mulher ali em pé.

10 Então, erguendo-se Jesus e não vendo a ninguém senão a mulher, perguntou-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou?

11 Respondeu ela: Ninguém, Senhor. E disse-lhe Jesus: Nem eu te condeno; vai-te, e não peques mais.

Versículos de João capítulo 8 do livro João da Bíblia.


terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Doação


A vida ensinou-me que ninguém é consolado, sem que tenha primeiro consolado outros; que nada recebemos, sem que primeiro tenhamos dado.
Georges Bernanos

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Da violência

"A violência não é força, mas fraqueza, nem nunca poderá ser criadora de coisa alguma, apenas destruidora."
 
Benedetto Croce

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Você é único, é especial, é fundamental...

Para aqueles que pouco sorriram, o sorriso é uma grande dádiva.
Para aqueles que pouco abraçaram, o abraço é uma graça recebida.
Para aqueles que muito choraram, a paz é um grande consolo.
Para os que muito sofreram, o descanço é restaurador.
Para aqueles que muito precisam, o amparo é fundamental.
Para aqueles que se sentem sós, para aqueles que desesperam, para aqueles que descrêem...
Não se abandonem... O amor, o respeito, estão dentro de vocês.
Não desistam...
As suas vidas são preciosas demais,
Vocês são preciosos demais,
São únicos neste Universo de Deus.
E Ele não quer perder nenhum dos seus filhos...
Amem-se, busquem ajuda, mas não desistam de si mesmos.
Vocês são especiais demais e farão falta neste mundo, podem acreditar...
Eu sei que é difícil e doloroso, e por vezes pensamos que é mais fácil adormecer.
Mas não se enganem, este não é o caminho,
Perseverem e acharão todo o conforto para a sua dor.
Força!


Andréa

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Nossos jardins

Tome cuidado ao entrar no coração de uma pessoa. Pise devagar e gentilmente. Observe o que ela plantou e quais são suas plantas mais preciosas...

Da mesma forma, quando alguém adentrar seu coração deve fazê-lo com cuidado e respeito. 


Nossos jardins são belos e diferentes. Neles, algumas plantas secam e morrem porém outras sempre nascem...

Andréa

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

O gambá, a gaivota e o pinguim - Parte III

Parte III - O Pinguim


Gambás, gaivotas... Eu já estava com medo de bichos que iniciam com a letra G...

Foi então que uma colega me ofereceu ajuda. Perguntou se eu não queria fazer o trabalho com ela.

- Mas você já tem o bicho? - perguntei.

- Sim eu tenho um pinguim.

- Um pinguim? Mas como?

Então ela me explicou como havia conseguido o bichinho. Eis a história.

Uma outra colega estava fazendo novamente a disciplina de fisiologia animal, pois havia sido reprovada no semestre anterior. Esta colega estava na praia, nas férias de verão, e teve a sorte de encontrar um pinguim morto à beira mar. Isso aconteçe porque as vezes os pinguins perdem a rota e nadam na direção errada, vindo parar aqui nas nossas praias do sul.

Quando a colega viu o pinguim lembrou do trabalho que teria de fazer. Não teve dúvidas: recolheu o bichinho, levou para casa e congelou no freezer...

E lá estava ela no primeiro dia de aula,tranquila em relação ao bicho. Foi então que o professor deu a seguinte notícia:

- E para aqueles que já fizeram o trabalho prático no semestre passado, vou exigir somente um teórico.

Putz, pensou a moça. E agora o que eu faço com o pinguim? Foi nesse momento que ela doou esse verdadeiro tesouro para a minha colega.

Elas moravam longe uma da outra e minha colega pediu para o namorado ir com ela. E lá foram os dois de moto buscar o pinguim. Ele coube direitinho na mochila e minha colega o levou para casa. Ela me disse que parecia ter um cubo de gelo imenso nas costas. Passou um frio danado até chegar em casa...

Fora isso, o translado do pinguim foi tranquilo. Agora vem uma parte difícil: a foto. Como ela estava sem filme na máquina e tinha medo que o pinguim começasse a descongelar, resolveu levar o bichinho a um fotógrafo que morava perto da casa dela. Eu particularmente achei esse um ato de extrema coragem... Chegando lá com a mochila (gelada) nas costas ela falou:

- Oi, eu preciso de uma foto.

- Pois não. A foto é de corpo inteiro?

- É de corpo inteiro mas não é minha.

- Ah, você quer combinar a foto de outra pessoa?

- Ah, não exatamente... Eu preciso tirar a foto de um pinguim.

- Um pinguim? Mas onde ele está?

- Aqui na minha mochila...

- Na mochila? Mas...

- É que ele está morto...

Antes que o fotógrafo corresse com ela, minha colega explicou o motivo da foto e a história do pinguim.

Sensibilizado o fotógrafo tirou a foto, inédita para ele...

Foto pronta, agora era mãos ao trabalho.

A parte mais difícil foi extrair os ossos, pois o pinguim, assim como a gaivota, cheira mal demais...

Mas pelo menos ele não estava com nenhum osso quebrado.

Lembro que nos encontramos por várias tardes de sábado e fomos, aos poucos, limpando os ossos e fervendo os mesmos em uma mistura de água com água oxigenada para branqueá-los.

Aos poucos nosso trabalho foi tomando forma. Conseguimos separar todos os ossos e os colocamos um uma caixa com fundo de isopor, forrado com papel veludo preto. No isopor havíamos feito um compartimento para cada conjunto de ossos: pernas, pés, assas, cabeça,...

Pesquisamos os nomes dos ossos. Por fim um colega de trabalho desenhou o esqueleto para nós. O trabalhou ficou muito legal.

Nas aulas, cada grupo falava das dificuldades que haviam tido. Um dos grupos, que estava fazendo um gambá, não tinha foto. Então eu doei minhas fotos de gambá para eles. Várias posses, podiam até escolher. Ah, como eles ficaram felizes...

Dia da entrega, comoção geral. Os trabalhos: gambá, pinguim, peixe, galinha... Galinha?


- Galinha não pode, pois não é um animal silvestre - disse o professor.

Então o grupo, desesperado, insistiu:

- Mas professor, não conseguimos outro bicho... O senhor não sabe como é difícil...

Ah, eu sabia. Fiquei com pena deles...

O professor acabou aceitando o trabalho, porém avisou que por não ser um bicho silvestre, o critério de nota seria diferente. Eles não ganhariam a nota máxima, por melhor que estivesse o trabalho.

Eles ficaram felizes mesmo assim. O trabalho estava entregue, podiam dormir tranquilos...

Quanto a nós, tiramos a nota máxima, passamos na disciplina e eu não esqueçi do pinguim até hoje...

Os anos passaram... Não me formei em Ciências Biológicas. Curioso não? Fiz Tecnologia em Processamento de Dados e trabalho com computadores. Coisas da vida...

Porém tenho a foto do pinguim guardada até hoje e toda a história na lembrança...

Contei para algumas pessoas e, com o tempo, foi surgindo a vontade de transportá-la da minha lembrança para o papel... Afinal, não se passa por uma coisa dessas todos os dias...

E assim surgiu "O Gambá, a Gaivota e o Pinguim". 


Obrigada aos que leram!

Andréa

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Da oração

"Seja qual for a nossa religião, devemos orar juntos. As crianças precisam aprender a rezar, e elas precisam que seus pais orem com elas."

Madre Teresa de Calcutá

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

O gambá, a gaivota e o pinguim - Parte II

Parte II - A Gaivota

Depois da minha decepção com os gambás fiquei em "stand by". Não tinha ideia de qual bicho fazer. Onde, raios, eu ia arranjar um animal silvestre morto? Será que teria de me embrenhar nos matos?

A solução chegou de forma inesperada: nas mãos do meu irmão. Ele foi a um almoço na praia e lá lembrou de mim. Saiu a caminhar e achou algumas gaivotas mortas. Meu trouxe duas ou três delas, não lembro mais. Quando vi os bichos meus olhos brilharam de alegria! Ah, finalmente eu retomaria o trabalho...

Então, em uma tarde de sábado, lá fui eu cozinhar uma das gaivotas. Como elas são bem menores que um gambá, peguei uma panela velha e cozinhei o bichinho no fogão (desta vez a mãe deixou). Depois de bem cozida, fui para o pátio da nossa casa e iniciei a tarefa.

Eu só não esperava era uma coisa: o bichinho cheirava a peixe... E cheirava demais! Gente, eu não conseguia trabalhar em função do cheiro do bicho.

Tentei e tentei mas não dava. Então a minha avó chegou perto de mim e disse:

- Ai minha filha, que fedor!

E eu respondi:

- É vó, eu não sei mais o que faço. Tá difícil...

- Eu tenho uma máscara, disse a vó. Vou trazer prá ti.

Ela tinha uma máscara destas usadas pelos profissionais da saúde. Coloquei a máscara e me aproximei do meu local de trabalho. Ah, o cheiro ficava suportável com ela.

E lá vamos nós (lembram da bruxa do pica-pau?). Vamos terminar este trabalho! Com uma pequena faquinha afiada fui aos poucos extraindo o esqueleto da gaivota. Perto dos ossos grandes tudo bem. Meu problema iniciou mesmo quando cheguei aos ossinhos pequenos das costelas, que eram cheios de cartilagem.

Os ossos eram tão fininhos e a cartilagem tão grudada, que eu não conseguia apurar onde terminava um e começava a outra. As vezes a faquinha ia rápido demais e zás: lá se ia o osso junto com a cartilagem. Talvez não acreditem, mas fiquei a tarde toda nesta função. O esqueleto estava ficando um pouco estranho, tenho que admitir: as vezes faltava um pedaçinho de osso, doutras vezes tinha cartilagem demais...

E o entardecer veio. Minha mãe perdeu a paciência comigo e falou:

- Ah, mas tu não sabes nada de ave. Vem cá que eu termino esta gaivota prá ti.

Ela pegou o bicho das minhas mãos e levou para dentro. Eu segui ela, cansada e intrigada ao mesmo tempo. Ela acendeu uma boca do fogão e começou a sapecar a gaivota. Para quem não sabe, este era ou é um processo usado pelas pessoas que criam galinhas para consumo próprio. Após matar uma galinha elas primeiro retiravam as penas grossas. Feito isso era a vez das penas bem fininhas, ou penugens. Estas eram queimadas elevando-se o corpo do bichinho acima do fogo de modo que a penugem queimava, mas a pele não. E assim ficava pronta a galinha para cozinhar.

Bom, a mãe resolveu sapecar a minha gaivota. Eu fiquei observando ela passar a gaivota para lá e para cá, a uma distância de alguns centímetros do fogo. Só que gaivota não é galinha e cartilagem não é penugem. De repente, quando menos esperávamos, o fogo pegou nas cartilagens e a mãe ficou com uma tocha na mão. Ela sacudiu e sacudiu o esqueleto do bichinho, mas isso só fazia o fogo se espalhar mais. Quando ela finalmente conseguiu apagar o fogo é que pude ver a proporção do estrago... Do esqueleto não sobrou quase nada: só a cabeça, parte da coluna. As costelas queimaram todas... A mãe me lançou um olhar apavorado do tipo: agora ela me mata!

Eu olhei para a mãe, olhei para a gaivota e olhei para a mãe de novo. Gente eu estava tão cansada que não consegui ficar brava. Eu só disse:

- Ah, deixa prá lá!

E a mãe se desfez da gaivota para mim.

E agora? Fazer a outra gaivota? Mas nem pensar!

E lá vinha a pergunta que não queria calar: cadê o bicho...

Andréa

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Tu tens um medo

Tu tens um medo: acabar.
Não vês que acabas todo dia?
Que morres no amor; na tristeza;
Na dúvida; no desejo.
Que te renovas todo dia
No amor; na tristeza;
Na dúvida; no desejo.
Que és sempre outro.
Que és sempre o mesmo.
Que morrerás por idades imensas.
Até não teres medo de morrer.
E então serás eterno.

Cecília Meireles


O gambá, a gaivota e o pinguim - Parte I

Parte I - O Gambá

Quando eu fazia meu segundo grau (era como se chamava o ensino médio na época) eu me apaixonei por Biologia! Então, quando prestei vestibular, não tive dúvidas: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS.

Pois é, cadeira vai, cadeira vem, e lá estava eu na primeira aula de Fisiologia Animal. O professor nos explicando como seria a nossa avaliação ao final do semestre, os trabalhos e provas que teríamos de fazer.

O trabalho final consistia no seguinte desafio:

. Encontrar um animal silvestre, morto (não podia matar, já tinha que estar morto);
. Tirar uma foto do animal no local;
. Extrair do animal o esqueleto;
. Nomear todos os ossos e dispô-los em ordem;
. Fazer um desenho do esqueleto do animal;
. Relatar o nome científico e demais características do mesmo.

Não precisava montar o esqueleto... ufa...

Bom, nós tinhamos um semestre inteirinho para fazer o trabalho. Mas essa história de achar um animal morto, não devia ser algo muito fácil.

Pedi ajuda ao meu pai, pois eu não tinha carro na época. E então, em uma linda manhã de sábado, saímos eu e ele, de fusca... aiaiai...

Subimos a serra e, no caminho, encontramos vários gambás mortos por atropelamento. Isso mesmo, gambás. Meu pai havia trazido uma pá de obra e eu, várias sacolas plásticas. Quando achávamos um gambá o pai parava o carro. Nós descíamos e olhávamos o estado do bicho. A maioria não adiantava nem levar prá casa....

Por fim achamos três gambás em estado razoável. Eu tirava as fotos e depois meu pai me ajudava, com a pá, a colocar os bichinhos nas sacolas, sob os olhares estranhos dos motoristas que por ali passavam.

Bom, pensei eu, agora é só fazer o trabalho. O mais difícil, eu consegui.

Ao chegar em casa com as sacolas e meus preciosíssimos gambás, ouvi a voz da minha mãe a dizer:

- Não pensa que tu vais pegar as minhas panelas. Não precisa nem entrar em casa...

Bah, que recepção. Na verdade eu nem havia pensado em como cozinhar os gambás. Mas era óbvio que não usaria a panelas da minha mãe. E ali estava eu, com três gambás na mão e sem saber como cozinhar os bichos... Era o quadro da dor...

Nesta época um tio meu morava com minha avó materna, na casa ao lado da minha. Não havia nem muro entre elas. Minha avó saiu na porta e me viu. Ficou com pena de mim e disse:

- Olha minha filha, pode pegar o latão de lixo da vó para cozinhar os gambás.

- Mas vó, como vou colocar esta baita lata encima do fogão?

Minha mãe escutou e lá de dentro da casa gritou:

- No meu fogão NÃO!

Ai que tristeza. Meu próprio sangue contra mim...

Foi aí que o meu tio entrou em cena:

- Não te preocupa filhinha, o tio faz um fogo prá ti.

E ele fez mesmo, uma fogueira bem grande. Levantou ao redor dela uns tijolos e sobre eles colocou uma grelha velha. Encheu o latão de água e colocou o primeiro gambá.

O filho do vizinho que morava na casa aos fundos da nossa se debruçou no muro com uma cara de curioso e perguntou:

- O que vocês estão fazendo?

- Fazendo um trabalho para a faculdade.

- Que trabalho?

- Ah, tenho que montar o esqueleto de um bicho. Estou tentando o de um gambá.

O menino ficou muito impressionado. Ficou no muro o tempo todo, olhando a nossa empreitada.

E lá se foi o dia todo... Já estava escurecendo quando meu tio acabou de cozinhar o último gambá.

Peguei os bichinhos (que por sinal tem cheiro de galinha quando cozidos) e os guardei com cuidado. Eram o meu tesouro!

Descansei um pouco e fui tentar extrair o primeiro esqueleto. Pelo menos o bichinho cheirava bem. Começei toda empolgada, os ossos todos inteirinhos. Até que, em determinado ponto, havia um deles esfacelado pela batida do carro. Ah, que decepção. Olhei, olhei e olhei: não tinha jeito, não havia como aproveitar aquele osso.

Fui ao segundo gambá então. Já comecei meio receosa, pois este estava mais machucado que o primeiro. Fui, fui, fui e lá pelas tantas outro osso esfacelado...

Peguei então meu terceiro e último tesouro. Não deu outra: osso esfacelado também. Aí tive uma ideia brilhante! Vamos fazer de três gambás, um. Perfeito! A, eu me senti como um gênio. Só depois de muito tentar juntar os três gambás em um único esqueleto é que descobri que a ideia não havia sido assim, tão genial... Eu não tinha noção de como montar o esqueleto. Eu não conseguia identificar os ossos esfacelados.

Cabisbaixa e triste guardei os bichinhos. No outro dia fiz um buraco no quintal da casa e enterrei os três.

Meu problema havia começado novamente do zero: cadê o bicho?


Andréa

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Flua com a vida


Flua com a vida. Para onde quer que o fluxo da sua vida flua, onde quer que você sinta alegria e felicidade, vá fluindo nessa direção. A felicidade é o critério.

O rio Ganges flui em direção ao leste, o rio Narmada flui em direção ao oeste. Se por acaso acontecesse de eles
se encontrarem no meio do caminho seria um grande problema, porque o Ganges diria, "eu estou indo para o oceano", e o Narmada também diria: "eu estou indo para o oceano."

Você vai dizer que um deles deve estar errado. Ambos podem estar errados, mas como ambos podem estar certos? Criaria uma grande discussão. E não há maneira de resolver essa discussão em pé no meio de um cruzamento na estrada. A pessoa
tem que ir para o oceano para ver.

Mas se você for você saberá que o Ganges, que corre para o leste, atinge o oceano, e o Narmada, que flui para o oeste, também atinge o oceano. O oceano é um - como o oceano pode ser do leste ou do oeste? Você pode dar-lhe nomes diferentes, você pode chamá-lo de Mar da Arábia ou de Baía de Bengala, mas não faz qualquer diferença,
o oceano é um e todos os rios chegam a ele.

Em qualquer caminho que você sinta o fluxo, onde quer que você sinta a alegria, onde quer que a poesia pareça surgir em sua vida, onde quer que você possa ir cantando, onde quer que você possa ir dançando,
é o seu caminho. Então, não dê ouvidos a ninguém.

O Ganges de alguém pode estar indo para o leste. Diga-lhe: "Desejo a você o melhor, vá, mas meu Narmada está indo para o oeste e estou feliz. E eu encontrei minha direção para fluir, eu encontrei meu caminho. Porque eu
sou feliz em cada passo, posso supor que no final haverá a bênção final."

Esse critério é verdadeiro em cada e em todos os passos do seu caminho. Sempre que há tensão, desconforto, sofrimento, dor,
fique alerta. A música da vida não está fluindo? Então talvez você pode estar indo na direção errada, de alguma forma você deve estar indo contra a sua própria natureza.

No Bhagavad Gita, Krishna diz: "É melhor até morrer por sua própria natureza, mas
seguir a natureza de alguém é destrutivo". Você pode se envolver com a natureza de outra pessoa - a natureza própria de alguém lhe atrai e cria uma ganância em você.

Vendo o Ganges indo para o leste, se o Narmada também tivesse o desejo de ir para o leste então
ele iria sofrer. Ele ficaria em apuros e não seria capaz de chegar ao oceano.

Todo mundo tem sua própria maneira de fluir. Mantenha sempre sua visão em seu próprio critério interno.
Sua harmonia interna irá sempre mostrar o caminho certo.

E quando você se torna muito influenciado pelo critério interno de outra pessoa, então você se torna confuso. Quando você começar a imitar alguém, você
vai se extraviar, você vai se desviar de sua alma.

Enquanto você continuar seguindo sua própria harmonia interna, enquanto você seguir o seu próprio coração e ouvir a sua própria voz interior, então você
nunca pode se extraviar.

E então você também vai saber que seu caminho
não precisa ser necessariamente o caminho de outro alguém. Então você vai abandonar a necessidade de julgar o caminho do outro.

Então você vai notar muito isso - que, se o Ganges vai dançando, então ele deve estar indo em direção ao oceano. Seu oceano pode estar no leste, meu oceano está no oeste, mas eu também vou dançando e o Ganges também vai dançando, por isso
ambos devemos estar indo para o oceano.

Porque, a menos que um rio vá para o oceano, ele não pode dançar.
É o oceano se aproximando que se torna uma dança em seus pés.

É Deus se aproximando que se torna a felicidade interior
. Felicidade é o critério.


Osho, em "Showering without Clouds"

What you do...


quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Nicolette Larson - Starlight, starbright



Crianças devem ser amadas, respeitadas, cuidadas... Elas vem ao mundo sem nada saber mas nos ensinam tanto!

Eleve-se


"Não permita que os problemas diminuam o que você é ou tirem o amor e a fé que você tem. Se Deus permitiu a chegada destes problemas é porque você é capaz de superá-los."

Andréa

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Duas almas

 
Ó tu que vens de longe, ó tu, que vens cansada, 
Entra, e, sob este teto encontrarás carinho:
Eu nunca fui amado, e vivo tão sozinho,
Vives sozinha sempre, e nunca foste amada...


A neve anda a branquear, lividamente, a estrada,
E a minha alcova tem a tepidez de um ninho,
Entra, ao menos até que as curvas do caminho
Se banhem no esplendor nascente da alvorada.


E amanhã, quando a luz do sol dourar, radiosa,
Essa estrada sem fim, deserta, imensa e nua,
Podes partir de novo, ó nômade formosa!


Já não serei tão só, nem irás tão sozinha.
Há de ficar comigo uma saudade tua...
Hás de levar contigo uma saudade minha... 


Alceu Wamosy - poeta brasileiro


O Mapa

Olho o mapa da cidade
Como quem examinasse
A anatomia de um corpo...

(É nem que fosse o meu corpo!)

Sinto uma dor infinita
Das ruas de Porto Alegre
Onde jamais passarei...

Há tanta esquina esquisita,
Tanta nuança de paredes,
Há tanta moça bonita
Nas ruas que não andei
(E há uma rua encantada
Que nem em sonhos sonhei...)

Quando eu for, um dia desses,
Poeira ou folha levada
No vento da madrugada,
Serei um pouco do nada
Invisível, delicioso

Que faz com que o teu ar
Pareça mais um olhar,
Suave mistério amoroso,
Cidade de meu andar
(Deste já tão longo andar!)

E talvez de meu repouso...

Poema de Mário Quintana em Apontamentos de História Sobrenatural

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Celular


"Não quero perder a hora,
por isso caminho com pressa
sob as pequenas gotas da chuva primaveril
que rega Porto Alegre.

Piso sobre flores amarelas,
que o vento insistente tombou.

Em uma das mãos
seguro com força a sombrinha.

E com a outra protejo, cuidadosamente,
o meu pequeno universo virtual..."


Andréa

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Nunca se detenha


"Enquanto estiver vivo, sinta-se vivo.
Se sentir saudades do que fazia, volte a fazê-lo.
Não viva de fotografias amareladas...
Continue, quando todos esperam que desistas.
Não deixe que enferruje o ferro que existe em você.
Faça com que em vez de pena, tenham respeito por você.
Quando não conseguir correr através dos anos, trote.
Quando não conseguir trotar, caminhe.
Quando não conseguir caminhar, use uma bengala.

Mas nunca se detenha."

Madre Teresa de Calcutá

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Da orfandade
















"Eu não sei onde mora a raiz da mágoa. O que sinto é sua ardência na alma."

Padre Fábio de Melo

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Aninha e suas pedras

Não te deixes destruir...
Ajuntando novas pedras
e construindo novos poemas.
Recria tua vida, sempre, sempre.
Remove pedras e planta roseiras e faz doces. Recomeça.
Faz de tua vida mesquinha
um poema.
E viverás no coração dos jovens
e na memória das gerações que hão de vir.
Esta fonte é para uso de todos os sedentos.
Toma a tua parte.
Vem a estas páginas
e não entraves seu uso
aos que têm sede.
 


Cora Coralina

Aprender sempre, crescer sempre...


Da separação

 Primeiro ela tirou a aliança, e a guardou em uma caixinha de veludo. Então ela disse a ele que já não o amava... Ele chorou, ela também... O tempo passou e então ele também tirou a sua. Onde a guardou ela não sabe. E onde o amor se perdeu nenhum dos dois viu...

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Inscrição


Sou entre flor e nuvem,
Estrela e mar.
Por que havemos de ser unicamente humanos,
Limitados em chorar?

Não encontro caminhos
Fáceis de andar.
Meu rosto vário desorienta as firmes pedras
Que não sabem de água e de ar.

E por isso levito.
É bom deixar
Um pouco de ternura e encanto indiferente
de herança, em cada lugar.

Rastro de flor e estrela,
Nuvem e mar.
Meu destino é mais longe e meu passo mais rápido:
A sombra é que vai devagar.


Poema "Inscrição" de Cecília Meireles

Muitos confundem...



terça-feira, 25 de setembro de 2012

Gestos de amor


Uma frase escrita em um muro, perdida no meio de rabiscos e desenhos, diz o seguinte: O amor não existe, o que na verdade existe, são os gestos de amor.

Ao ler esta frase, a primeira questão que nos vem à mente, quase como um reflexo, é nos perguntar como alguém ousa dizer que o amor não existe.

Porém, no esforço de tentar compreender essa afirmativa, questionamos: Como podemos conhecer o amor, sem a ação que o coloca em movimento?

A partir daí, somos capazes de compartilhar da ideia  desse desconhecido autor, que nos convida a pensar que o amor somente se revela através das atitudes de cada pessoa. 
              
*  *  *
Gestos de amor...

Envolver um bebê recém-nascido nos braços, com encantamento e ternura, e perceber naqueles traços pueris, a manifestação da perfeição Divina.

Demonstrar interesse frente à empolgação de uma criança quando vem partilhar uma nova descoberta, por mais que, para nós adultos, não seja uma novidade.

Simplesmente escutar o outro, fixando-o nos olhos com atenção, mergulhando na profundidade do que está sendo falado.

Quanto bem somos capazes de proporcionar ao próximo nos colocando apenas na posição de ouvintes.

Presentear... Por mais singelo seja o presente, ele chega impregnado de bons fluidos de quem o oferta e carrega a mensagem: Lembrei-me de você.

Um afago, um abraço... O toque leva ao outro um pouco da energia salutar de quem o oferece.

Cuidar... do filho, do amigo, do irmão, do cônjuge, dos pais, dos avós e também daquele que pouco conhecemos.

Tratar quem quer que seja com respeito e consideração.

Partilhar, doar... qualquer coisa que o outro esteja precisando: alimento, agasalho, tempo, atenção, sorriso e afeto.

Dividir conhecimento... Cada ensinamento que passamos adiante é mensageiro de um pouquinho de amor.

Aconselhar, dialogar, preocupar-se, enfim, perceber a necessidade do outro e se fazer presente.

Perdoar... os afetos, os desafetos e a nós mesmos.

Ser caridoso. Jesus nos ensinou que a caridade nada mais é do que o amor em ação.

*   *   *

Não é todo dia...


sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Eu sou

Eu sou do tamanho daquilo que SINTO, que VEJO e que FAÇO, não do tamanho que os outros me enxergam.
Bob Marley

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Ainda do amor

Ao meu amor prometi a lua,
a luz do sol e as estrelas.


Mas ele me disse assim:
 

Não quero presentes gigantes,
Não quero que tentes o impossível!
 

Vem, senta aqui comigo
e me dá o prazer da tua companhia.
 

Quero ouvir o teu riso, ou o teu choro,
assim como eu gostaria que me ouvisses também.
 

O maior presente que podes me dar é o teu "presente".
 

Já batalhamos tanto no dia a dia. Já trabalhamos tanto nesses anos passados...
 

Então, fica comigo genuinamente, fica comigo por amor.
 

Fica comigo de mãos vazias, sem presentes, mas com o coração repleto
da felicidade e prazer que possam te trazer a minha presença.


Andréa

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

7 de Setembro


Independência do Brasil!
 

Meninos e meninas

Da vida


Antigamente, quando ficava triste, eu queria que a alegria viesse em meu socorro em minutos, como se ela fosse a próxima estação do metrô. Não queria atravessar ruas desertas, pontes frágeis, transversais melancólicas, não queria percorrer um trajeto longo até conquistar um estado de espírito melhor.

Queria transformação imediata: da estação Tristeza para a estação Hip-Hip-Hurra, sem escala e sem demora.
 

Eu era ingênua em acreditar que poderia governar meus sentimentos. Como se fosse possível passar por estações deprimentes sem as ver, deixá-las para sempre presas no underground e saltando nas estações que interessam: Euforia, Segurança, Indepêndencia. Os pontos turísticos mais procurados.
 

Viver é uma caminhada e tanto, não tem essa colher de chá de selecionar onde descer. É preciso passar por tudo: pelo desânimo, pela desesperança, pela sensação de fracasso e fraqueza, até que a gente consiga chegar a uma praça arborizada onde iniciam outras dezenas de ruas, outras tantas passagens, e a gente segue caminhando, segue caminhando.
 

Locomover-se desse jeito é cansativo e lento, mas sei que não existe outra maneira consciente de avançar. Metrôs oferecem idas e vindas às cegas. Mantém nossas evoluções escondidas no subterrâneo. A gente não consegue enxergar o que há entre um desgosto e um perdão, entre uma mágoa e uma gargalhada, entre o que a gente era e o que a gente virou.
 

Não tem sido fácil, mas sinto orgulho por ter aprendido a atravessar, em plena luz do dia, o que em mim é sombrio e intricado. Não me economizo mais. Me gasto.

Martha Medeiros

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Uma estrela


Uma das coisas mais belas da vida é olhar para o céu, contemplar uma estrela e imaginar que muito distante existe alguém olhando para o mesmo céu, contemplando a mesma estrela e murmurando baixinho: "Que Saudade" 

Bob Marley

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Essencial

O que é o teu corpo senão a casca que guarda a tua alma?

 A tua alma, que floresce e se alegra, que cresce e se torna bela, independente das rugas que tens ou não no rosto...
 

Daí, olhar as pessoas assim, milhares de pequenas cascas que andam neste mundo, carregando as suas preciosas sementes.
 

Daí concluir que o corpo não é nada se comparado à alma e que a sua maior função e trazê-la arraigada à terra pelo tempo que assim foi determinado.
 

A beleza das pessoas então irradia pelos seus feitos, pelas coisas que fazem e demonstram quão grande ou quão pequena é a semente que carregam dentro da sua frágil e perecível casca..."

Andréa