Às
vezes, me vejo correndo em um imenso deserto. Corro, porém não sinto calor.
Carrego
comigo uma faixa azul, que esvoaça ao vento, seguindo meus passos determinados.
Corro
nesse deserto como se ele não tivesse fim. Como se ele fosse do tamanho da
necessidade que tenho, de compreender...
Compreender
o mundo, a vida.
Compreender
os desdobre do amor e da dor, da chegada e da partida, do carinho e da
carência...
Meus
passos ficam marcados nesta areia sem fim e o sol, que não me queima, ilumina e
projeta minha sombra no chão.
Eu sei
que é uma corrida de certa forma inútil, pois muito da vida não é compreensível
aos nossos olhos pequenos...
Porém
não consigo deixar de correr e buscar. Preciso estar em movimento para não
pensar...
Andréa W. Petry