Estavam os dois sentados, um ao lado do outro, de castigo. Caras emburradas, não se olhavam, cada um colocando a culpa no outro em pensamento.
Na sala de aula, a professora continuava com as atividades, que a pouco tempo haviam sido interrompidas pelas discussões dos dois colegas, que desde o início do ano letivo, não se "acertavam" muito bem...
Ficaram os dois ali, até o término da aula, quando todos os colegas foram embora. A professora liberou-os, um de cada vez, para que não houvesse nenhum motivo para uma nova desavença.
E assim foi, ano após ano, dois colegas que não se podiam ver, pois nada tinham de comum entre um e outro.
Alguns anos depois, já jovens, se encontraram em uma entrevista, pois ambos estavam procurando emprego. Se olharam e reconheceram e ficaram carrancudos. Acontece que ambos foram selecionados para as próximas entrevistas, e acabaram por encontrar-se mais vezes.
Até fizeram uma dinâmica juntos e perceberam que a antipatia mútua que sentiam um pelo outro já não era tão forte. Ao final houve mais uma entrevista e ambos foram dispensados, devendo aguardar o contato da empresa para saber se seriam ou não contratados.
Conversaram na saída, notando que as diferenças que antes pareciam tão grandes já não o eram e ficaram se perguntando em pensamento qual era mesmo o motivo pelo qual sentiam tanta antipatia um pelo outro.
Nunca mais se viram depois daquele dia, mas sempre lembravam de como haviam conversado amigavelmente. Talvez, se houvesse oportunidade, poderiam até ser amigos...
A questão é que, muitas vezes, julgamos uma pessoa só pela aparência ou por alguma atitude desta que não gostamos. Não conseguimos enxergar o coração... E muitas vezes não é fácil tentar ver no outro algo de bom. Mas também não é tão difícil deixar de olhar o outro somente pelo ângulo dos seus defeitos.
Realmente, não conseguimos ver o coração. Porém nossos olhos podem ser espertos, observar, conhecer. Conhecer as pessoas pelos seus atos e não somente por um deles, ter auto-conhecimento e paz no coração, para não espelhar no outro os nossos próprios defeitos e limitações.
Não, não é fácil. Só Deus vê o nosso coração. Porém, a exemplo d'Ele, podemos tentar, mesmo com nossas limitações, partilhar com nosso olhar o sentimento, antes de julgar definitivamente uma pessoa...
Andréa
Hoje caminhei um pouco pelas ruas de Paris, olhei suas casas e prédios, sentei nos bancos das praças. Me encantei tanto com as formas e cores, tão belas e intensas, que por mim, ficaria mais tempo lá caminhando. Porém o trabalho chama. Fecho o browser, au revoir Paris...
Amigos nos apóiam, nos ajudam a seguir em frente. Um amigo você pode encontrar a qualquer momento, ou quando menos esperar... Eles são nossos colegas de trabalho (os bons colegas...), nossos filhos, nossos pais, nossos colegas de estudo, nossos avós,... 
Na sala de aula, a professora continuava com as atividades, que a pouco tempo haviam sido interrompidas pelas discussões dos dois colegas, que desde o início do ano letivo, não se "acertavam" muito bem...
Ontem na saída do trabalho a chuva molhou meus sapatos e pés. Não era a chuva fria do inverno, e então pensei que, ao chegar em casa, meus chinelos secos estariam me esperando. Pior se não os tivesse.
